quarta-feira, 23 de março de 2011

agricultura biomineralizada


Biomineralização reduz custos nas propriedades

Uso de minerais adicionados a fertilizantes traz bons resultados para produtores rurais

Cristiano Dalcin | Cerro Grande do Sul (RS)

O uso de minerais adicionados a fertilizantes está trazendo bons resultados para produtores rurais do Sul do país. A chamada biomineralização reduz os custos nas propriedades e contribui para uma agricultura mais sustentável.

O produtor rural Vilson Stefanoski ocupa cinco hectares de terra em Cerro Grande do Sul, a 117 quilômetros de Porto Alegre. A propriedade, que se destaca pela preocupação com o meio ambiente, começou a usar a mineralização há dez anos.

– Esse material mudou a história da propriedade. Em 2001, a gente praticamente estava parando, porque estava intoxicando o solo devido ao mau uso da serragem – diz Stefanoski.

O uso das rochas moídas é uma prática milenar na agricultura. Com o avanço das pesquisas, a mistura feita com elas se tornou uma combinação poderosa, que faz a diferença. Vilson ainda usa a serragem de eucalipto, mas com a adição de pó de rocha e a ação de fungos do próprio ambiente, este virou o principal produto usado para a adubação. O solo foi analisado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

– Pelo que eles nos explicaram, um solo considerado bom para a agronomia é de 75% de saturação base. Saturação base é composta por minerais, o que contém no solo. E eu aqui tive solos com 80% de saturação base. Então, é um solo que vamos dizer, eu colho oito safras por ano nas estufas aqui e mesmo assim há um solo de 80% de saturação base. Eu colho e ele está ótimo – comenta Stefanoski.

Nelson Diehl é proprietário de uma empresa que desde 2005 produz insumos agrícolas com base na biomineralização. Segundo ele, mais de 800 produtores gaúchos estão utilizando este tipo de fertilizante.

– Uma agricultura precisa de cuidados fundamentais. O primeiro é o meio ambiente, que não pode ter impacto negativo excessivo. Também a agricultura e as técnicas têm que ter um retorno econômico que é necessário para que nós tenhamos profissionais dedicados e atentos e o consumidor também não pode ser prejudicado. E como o consumidor não pode ser prejudicado? É que os alimentos tenham qualidade nutricional, sejam bonitos, sejam saudáveis, sejam duráveis e que ele tenha tranquilidade de saber que este alimento está alimentando, o que hoje nem sempre é possível em virtude das diferentes técnicas nocivas que estão sendo utilizadas – afirma Stefanoski.

A produção de Vilson se destaca nas feiras. Ele tem mercado garantido para tudo o que colhe. Outra grande vantagem foi a economia. No ano passado, os negócios movimentaram R$ 120 mil na propriedade, e os custos de produção foram de apenas R$ 19 mil, um cenário bem diferente do que ele enfrentava em 2001.

– Se naquele ano a gente tava mal, hoje a gente pode se dizer que está bem – conclui Vilson Stefanoski.

CANAL RURAL
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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Neste verão

Faz algum tempo que elaboramos alguns sistemas para as regiões da Pampa.
Desde observações e diálogos com os campeiros temos construido conjuntos de conhecimento para nestes momentos á campo! podermos dar conteudo aos debates.
Um destes sistemas é o de pastagens naturais e aconteceu na propriedade do Chico num lugar chamado Aberto do Cerro passando Cacimbinhas ou melhor Pinheiro Machado pela estrada que leva a Jaiba.
Se vai para perto do Rio Camaquã!
O Chico tem um gado que se alimenta exclusivamente de campo nativo e a sua subsistência está diretamente relacionada ao desfrute deste rebanho.
Neste experimento delineado pela Embrapa de Bagé, no projeto Alto Camaquã foram mapeados e diferidos os potreiros próximos a casa, cercados com cerca elétrica, eles abrangem um pouco de coxilha mais alta e um pouco de varzea ou banhado mais húmido. Neste processo foram espalhados em cada divisão Pó de rochas -Geobacter- e noutra fosfato natural além de um terceiro sem nenhuma aplicação além de calcáreo faixa C, usado como testemunha.
Enquanto passeavámos pelos campos o som dos pastos secos estralando nas botas dava o ton da conversa.
Apesar de que o mais saliente e próspero no campo eram os gravatás uma planta parente das cenouras e que quando arrancamos tem cheiro de cenoura, mas indesejável por ser cheia de espinhos e atrapalhar o gado no pastejo. A primeira diferença estava estabelecida, no campo onde foi aplicado o fosfato também havia gravatás, mas estavam pequenos e esmaecidos quase cloróticos, enquanto que na parcela com geobacter estavam com as bordas brilhantes, avermelhadas, verde azuladas e enormes os pendões florais desta Espécie:
provavelmente Eryngium horridum Malme da Família: Apiaceae, com mais de dois metros de altura.
Outro aspecto é de que nos potreiros mineralizados, sim com minerais circulando e fazendo crescer em diversidade e vigor os pastos e a vegetação, as gramas forquilha e os pega pega tem uma testura mais grossa e ao mesmo tempo macia aveludada com uma cor clara nas folhas novas e azul esverdeada nas maduras, mas a sensação de pisar em uma pastagem que apesar da seca se encontra verde é muito instigante.
Muito diferente do quadro com fosfato pois os pastos neste estão inteiramente ressequidos e quebradiços. Quando ao potreiro deixado como testemunha estava rapado e sem vigor algum, como o restante na volta. Esta é uma primeira impressão sobre o metabolismo dos pastos enunciado por André Voisin, o pasto esta hidratado apesar da seca pois o resultado final da biomineralização é água, ou seja há uma reidratação no sistema, ao contrário do fosfato cuja equação quimica leva ao solo perder água e consequentemente uma desidratação.
- Simples assim, porém tem mais!
Como os animais fazem um ciclo de nutrientes levando o que consomem dos banhados para a coxilha e assim quando estercam fertilizam os altos e quando urinam hidratam os lugares secos, mas com o metabolismo dos minerais do geobacter há um circulo virtuoso de formação de compostos poliméricos agregadores de carbono e gerando um déficit de energia ou seja há um resfriamento do solo, com uma diferença de 5° graus de temperatura com relação ao entorno. Assim temos mais pasto e os animais apresentam a pelagem brilhante, além das vacas preferirem estes potreios por serem os pastos mais frescos e tenros além de mais doces pois o brix é maior chegando ao dobro algo em torno de 12 graus de doçura ou sólidos totais resultando em maior densidade. Nisso se pode tirar a partir do depoimento com realação as vacas do potreiro que fornecem leite de qualidade no inverno todo, fazendo a fama da melhor rapadurinha de leite da região.
Assim neste verão a seca foi vencida nos fundos de Pinheiro machado nos Campos do Alto Camaquã casa do Chico.